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Diálogo Expositivo

Post - Diálogo Expositivo

Diálogo Expositivo – Uma das maiores preocupações quando você escreve o piloto de uma série é ter a consciência de que o público vai entrar pela primeira vez no universo dela, e você precisa fazer com que a audiência entenda tudo o que está acontecendo nesse universo – e entenda rápido.

Para que o público compreenda quem são os personagens, onde eles estão e o que eles fazem, existem vários recursos que podem ser utilizados, e um deles é o diálogo expositivo. Muito criticado, é um recurso que, por vezes, pode tornar o diálogo inverossímil ou dar a sensação de que “ok, o personagem só disse isso porque o roteirista quis que ele dissesse”.

De acordo com o Robert McKee – que é um dos teóricos mais consagrados quando o assunto é roteiro – “exposição é toda informação sobre universo, biografia e caráter que a audiência precisa saber para seguir e entender os eventos da narrativa” (Story, 1997).

McKee, assim como todo teórico sério de cinema clássico, defende a máxima “Mostre, não conte”. Se você percebe que o personagem tá falando algo que ele e todos os outros personagens em cena já sabem, você percebe que aquela informação está sendo direcionada para você, espectador, e, imediatamente, isso gera um desconforto. Num bom roteiro, a exposição é mais orgânica, transparente você mal percebe que está aprendendo os códigos daquele universo.

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Post – Diálogo Expositivo

O diálogo expositivo é toda vez que a exposição ocorre no diálogo. Quase todos os filmes têm diálogo expositivo, especialmente no início, mas se este diálogo vai ser ruim ou vai passar pelo crivo do espectador, isso já depende de você, roteirista.

Um diálogo não precisa ser real: ele precisa parecer real. John Truby, que é um dos maiores sobre narrativa audiovisual diz, em seu livro The Anatomy of Story (2007): “diálogo não é uma conversa real, é uma linguagem extremamente seletiva que soa como se pudesse ser real”.

Os personagens nas séries são sempre mais inteligentes, mais incisivos. Sabe quando você sai de uma briga e depois pensa em todos os cortes sensacionais e frases de efeito que você poderia ter falado ? Exatamente, o personagem da série só dá resposta boa em briga, pode reparar, ele nem gagueja.

Como não fazer um diálogo expositivo ruim

Uma das maneiras de tornar um diálogo expositivo mais orgânico é trazer um personagem novo para o ambiente da série ou filme. Você usa um personagem “antigo” ao universo para fazer esse discurso de explicar quem são os personagens e como o mundo funciona. No piloto de Mad Men, por exemplo, a chegada da personagem Peggy é um exemplo disso. Joan explica como funciona a agência de publicidade e quem são os personagens relevantes para aquela narrativa.

Mas, por mais que isso seja uma crítica, é comum que esse tipo de diálogo aconteça em qualquer produto, porque é muito difícil fazer com que as pessoas aprendam essa quantidade grande de informação sem verbalizá-las de alguma forma.

Existem casos e casos. Monólogos e voice overs expositivos são uma saída também. E ainda falando de exposição, um bom monólogo expositivo é o jogo Horizon Zero Dawn. Ele explica todo o universo da série para Aloy, personagem principal, quando ela é um bebê, mas você percebe que ele tem um tom de lamentação do monólogo, então parece mais um desabafo do que uma explicação. Além de todo o aspecto lúdico do jogo, a música de fundo, as palavras foram muito bem escolhidas, tudo isso influencia pra gente comprar ou não na exposição.

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