Contar histórias para a tela é uma realização sem preço. Falo por mim, ver atores enunciando os diálogos que você dedicou tanto tempo na criação e ver o expectador percebendo as nuances narrativas que você criou é uma experiência única e que desejo a todos os meus alunos aspirantes a roteirista.
Quando decidimos entrar nesta carreira, ficamos confusos com a quantidade de informação disponível na internet, descobrimos que existem alguns conhecimentos mínimos para trabalhar como roteiristas e por vezes até paralisamos em dúvida do que fazer. Nesta postagem, vou te orientar sobre os três pilares principais da carreira de um roteirista e te falar sobre por onde você deve começar seus estudos.
Começando pelos Fundamentos: A Narrativa Clássica
Quando falamos de narrativa audiovisual, existem três modos narrativos principais, como definidos por David Bordwell e João Maria Mendes: modo clássico, modo moderno e modo contemporâneo. Se desejamos nos tornar roteiristas, precisamos iniciar nossos estudos pela narrativa clássica (ou modo clássico), porque ela é a base de todas as outras. A narrativa clássica é a estrutura de muitas histórias bem-sucedidas e de alto alcance de público. É uma estrutura que tem sido usada desde os tempos antigos, e ainda é usada em filmes e programas de TV até hoje. Ela envolve uma série de elementos cujo desenvolvimento data desde a Antiguidade Clássica e, por isso, quando falamos de narrativa clássica, também estamos falando sobre outros conceitos muito conhecidos como Jornada do Herói, Archplot e monomito.
Eu, Bea, sou uma roteirista de séries e filmes considerados comerciais para streaming, aqueles voltados para grande públicos que serão distribuídos por Netflix, Amazon, Star+ e HBO. Desde meus primeiros trabalhos na área, há mais de 5 anos, fez-se necessário o conhecimento dos conceitos da narrativa clássica, como midpoint, lowpoint, conflito, character-drive, plot-drive, high concept, ticking clock, entre outros.
Cada vez mais o mercado audiovisual procura por roteiristas qualificados, que tenham estes conhecimentos completamente dominados. É impossível se tornar um roteirista de ficção (mesmo que você não queira contar histórias para grande público) sem conhecer a narrativa clássica. A narrativa clássica tem a maneira mais eficaz de envolver o público em uma história e mantê-los interessados até o fim.
Por reconhecer a relevância da Narrativa Clássica e saber que ela é fundamental para a construção de um roteirista, eu criei a Mentoria: Maratona do Roteiro. Nela, você escreve o seu primeiro roteiro de narrativa clássica com orientação e recebendo feedback individual durante o desenvolvimento do seu projeto.
Sua escrita: Formatação de Roteiro
Aprender formatação de roteiro é o básico para trabalhar como roteirista de ficção. Caso você não saiba, um roteiro de filme ou série não pode ser escrito em um programa como Word, ele deve ser feito em um programa de roteiro, porque as margens de posicionamento de cada elemento, fontes e espaçamento são muito específicos. Na imagem abaixo está o exemplo de uma página de roteiro para que você se familiarize com este formato:
Um roteiro cinematográfico de filme ou série precisa seguir essas regras de formatação por alguns motivos: prever a duração da obra, já que uma página de roteiro dentro desta formatação representa um minuto de tela; ter previsibilidade de orçamento; mensurar quantidade de cenas, personagens com falas e locações; entre outros fatores. Por este motivo, a formatação de roteiro é seguida rigorosamente.
Eu tenho o meu próprio curso de Formatação de Roteiro, que você confere clicando aqui. Esse curso já ensinou mais de mil alunos a aprenderem a formatação correta de roteiro. Na minha mentoria, os alunos também têm acesso a um livro teórico de Formatação de Roteiro e a aulas de formatação, para que escrevam seu primeiro roteiro de filme ou série.
Primeiro trabalho: se inserindo no mercado audiovisual
Os trabalhos no nosso ramo costumam vir por indicação. Fazer network é fundamental para qualquer profissional que busca se destacar em sua carreira e isso não é diferente para um roteirista.
Participar de eventos, festivais de cinema, cursos, workshops, mentorias e outras atividades do ramo é uma excelente forma de conhecer outras pessoas da indústria e criar oportunidades para si mesmo. Fazer network pode levar a parcerias com outros roteiristas, produtores, diretores e outros profissionais da indústria. Trabalhar em conjunto traz benefícios para ambas as partes, além de ser uma ótima oportunidade para aprender com outras perspectivas. E as suas parcerias geralmente acontecem com pessoas com quem você estuda.
Falo por mim: as maiores oportunidades que tive na carreira vieram por meio de colegas que fiz quando fui aluna de roteiro. Por isso, quando eu desenvolvi a Mentoria, pensei em como fazer com que os alunos tivessem esse Network e essa conexão. Felizmente, dentro da Mentoria, os alunos participam das aulas, dos laboratórios e dos vários grupos com diferentes atividades, e criam uma boa conexão mesmo tudo ocorrendo de forma online. Muitas parcerias e projetos surgem a partir dessa parceria entre meus alunos, que sempre culminam em projetos sendo selecionados para rodadas de negócio.
Considero estes três pilares os mais relevantes para estruturar a sua carreira de roteirista e, se precisasse selecionar um dos três, escolheria o domínio da Narrativa Clássica como o início primordial. Reitero que a Mentoria: Maratona do Roteiro é uma formação para roteiristas, na qual você não somente escreve o seu primeiro roteiro com orientação, mas também aprende sobre formatação de roteiro, faz network e tem até mesmo simulacro de salas de roteiro. E não se preocupe: a mentoria é feita para iniciantes. Vou abrir vagas para a mesma no próximo dia 12 de abril, em uma turma bem limitada, então clique aqui para entrar na lista de espera.